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6 de setembro de 2012

TRIBUNAL



Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é o Senhor para o firmar. Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus (Romanos 14:4,10).

Eu estava muito indignada, e mesmo sendo com alguém a quem eu muito amava e pelo qual havia orado por longo tempo, na esperança de vê-lo de volta aos caminhos do Senhor, não conseguia compreender e muito menos aceitar, quando simplesmente ele foi embora, virando novamente as costas para Deus e para a família, preferindo segundo as suas próprias palavras, voltar para o cativeiro, do qual pelo nosso esforço, e pela misericórdia de Deus, fora liberto. O pior foi ouvir as horríveis blasfêmias proferidas contra a palavra de Deus e contra Jesus. Mais que uma dor profunda, essas palavras deixaram em mim um sentimento de morte, além da tristeza e da falta de esperança, senti um desanimo profundo, era como se as minhas forças houvessem se esgotado, eu não tinha mais nenhuma vontade de voltar a lutar em favor daquela vida.
Naquele momento tudo o que eu mais queria era orar, buscar refúgio e fortaleza junto ao Pai. Mas ao invés de parar e procurar ouvir a Deus, comecei a falar das minhas próprias convicções. Eu só pensava nas palavras cruéis e ofensivas que foram proferidas contra Jesus e contra a sua santa palavra. E chorando eu dizia: Senhor, eu só tenho a tua palavra para julgá-lo; eu só tenho a tua palavra Senhor !
Foi então que de forma doce e suave ouvi a voz do Espírito Santo que me dizia: Não filha. Você tem também o meu Espírito, porque se você julgá-lo só pela minha palavra,  estará julgando segundo a lei e não segundo a minha graça.  E ao mesmo tempo em que ouvia essas palavras, recebi no meu espírito a revelação do grande amor de Deus. O amor sobre o qual eu tanto ouvira falar, agora podia senti-lo em mim, pela expressão do Espírito de Deus. E era tão profundo esse amor, que cai com o rosto em terra, e esvaziada de todo espírito de julgamento, eu agora só conseguia expressar o louvor e a adoração à aquele que mesmo sendo o "Senhor das leis", usa para conosco de tão profunda graça e tão incomparável amor.
A partir desse dia passei a considerar a possibilidade do meu irmão ser inimputável perante Deus. Principalmente depois de haver  lido muitos artigos sobre esquizofrenia e suas variantes, percebi que as atitudes dele eram semelhantes as de portadores de um dos tipos dessa doença,  que leva a pessoa a largar-se, a agir sem nenhuma responsabilidade, sem sentimento de afeto pelo próximo, e até mesmo sem nenhum sofrimento pelas próprias perdas. Os estudos relatam inclusive que a maioria dos portadores desse mal, contraem  algum tipo de vício, no caso dele o alcoolismo, e o tabagismo excessivo.
Embora muitos anos tenham se passado e várias outras oportunidades tenham sido dadas à ele pela família, que apesar da sua notável inteligência e aparente capacidade intelectual, passaram também a considera-lo como uma mente insana, infelizmente ele não mudou, nem mesmo em relação à fé, mas mesmo assim a misericórdia e a graça de Deus sobre ele continuam  inabaláveis até hoje,  o Senhor jamais o desamparou, ao contrário, temos visto suas mão poderosas agindo em seu favor e o livrando de vários embaraços que ele mesmo cria.
Quanto a mim, depois dessa experiência não só minha forma de vê-lo foi transformada, mas também aprendi a ser mais misericordiosa com as pessoas largadas na vida; os "jogados fora" , como os mendigos, as "prostitutas de becos", os bêbados e drogados, com aqueles cuja a sociedade rotula como irreconciliáveis. Hoje peço ao Pai que me ajude a vê-los e a amá-los com a graça e com a misericórdia proveniente do Espírito Santo que vivifica e não conforme a letra que condena e mata.  Também fui capaz de compreender com mais clareza as palavras do Apostolo Paulo quando fala em 2 Coríntios 3:6: O qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.
Sei que  ainda que a bíblia por diversas vezes nos oriente a não julgar nossos semelhantes, existem circunstâncias que somos forçados a manifestar uma posição a respeito de atitudes praticadas por pessoas que estão ao nosso redor. Situações que ocorrem em nosso trabalho, escola, família,  ou em meio ao rebanho de Deus. Devemos ter cuidado com nossas opiniões,  porque satanás usa a própria palavra das escrituras para conduzir pessoas ao tribunal que é sem misericórdia,  e se utiliza apenas da letra, do está escrito,   para nos levar a julgar segundo a lei e não segundo a graça. Em cada situação dessa natureza, devemos  lembrar a que Espírito pertencemos,  que somos ministros de um novo pacto, uma nova aliança,  feita  por Deus para com os homens,  a fim de que todo o que crer possa alcançar a salvação por meio da fé em Jesus.
Buscar a orientação do Senhor é mesmo a melhor coisa a se  fazer antes de proferir uma sentença, porque em muitas das vezes o que chega até nós são verdades destorcidas ou meias verdades fermentadas pelo espírito de calúnia proveniente do inimigo, que é um especialista em tecer difamações e boatos, muitas vezes sem nenhum fundo de verdade, e que chegam aos nossos ouvidos de forma tão convincente que sem a orientação do Espírito, seremos capazes de condenarmos um inocente.  Jesus falou em João 7:24 Não julgueis pela aparência mas julgai segundo o reto juízo.  Não se engane, somente com a ajuda do Senhor poderemos julgar segundo o reto juizo.
E quando for possível, vamos evitar de nos envolvermos em juízos precipitados, ou aqueles julgamentos desnecessários, quando não temos nada a ver com o assunto mas por causa de comentários, daquele “disse me disse”, acabamos nos inflamando e julgando o servo alheio. O pior é que quando condenamos sem misericórdia, atraímos contra nós o mesmo tipo de julgamento. É o que Jesus nos fala em Lucas 6:37, 38b, quando diz: Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Porque com a mesma medida com que medis, vos medirão a vós. (Lucas 6:37,38b).
Mas o motivo de estar compartilhando esse momento da minha vida com você, é pelo fato de haver passado também pela experiência oposta, pela dor de injustamente ter sido colocada em uma roda de acusadores.  É incrível  que até pessoas que nos conhecem há anos, que tem histórias de vida conosco, podem ficar impossibilitadas de raciocinar, e acolherem as palavras de acusação proferidas contra nossas vidas .  Descobri que quando passamos por algo assim, o melhor é esperar no Senhor, porque para nos defendermos, teremos que usar a mesma arma do inimigo e falar mal do nosso adversário, o  que nos  tornará semelhantes a ele,  e  também impedirá a ação de Deus em nosso favor, porque já teremos realizado a nossa própria justiça.
E não se esqueça de orar pelas pessoas que sem discernimento ficaram magoadas com você.  Por não buscarem a direção do Espírito Santo, elas acreditam na mentira e ficam mesmo tristes e presas ao espírito de acusação.  Mas quando oramos por elas, segundo a misericórdia do Senhor, elas são libertas e voltam para nós, sem necessidade de nenhuma justificativa da nossa parte.  Deixe que o Senhor inverterá a situação, fazendo com que os "Hamas" que ergueram forcas para nós, sejam eles pendurados nelas (Ester 7:9).
Também é  bom lembrar-se  que não somos as únicas vítimas desse tribunal injusto e diabólico,  até contra Jesus se levantaram,  dizendo que ele realizava os sinais de maravilha por belzebu, o príncipe dos demônios (Mateus 12:27), apenas porque não queriam admitir que ele era o Messias, o filho de Deus.   E como Jesus mesmo nos alertou dizendo: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós,  sabemos que não estamos isentos  desse tipo de ardil.    Mas não se desespere, saiba que temos um ajudador que conhece os nossos corações e que com certeza virá em nosso socorro e nos livrará do poder desse juizo iníquio. 
O importante é jamais se esquecer que assim como fomos alcançados pela graça, porque um dia Jesus pelo sacrífico eterno aboliu o véu que nos separava de Deus, cravando na cruz do calvário a lista de transgressões que nos levaria certamente ao tribunal de Cristo, e fatalmente a condenação ,  porque nenhum  homem (exceto Jesus)  conseguiu cumprir integralmente a lei, mas todos pecaram como diz a palavra,   que tenhamos essa  mesma graça e misericórdia pelas vidas que estiverem sob nosso juízo .  Sabendo que a vontade de Deus é que todos cheguem a salvação por meio de Jesus, que a seu tempo trará luz as todas as coisas que estão ocultas,  e então receberemos dele, o justo juiz, o louvor ou a condenação.
 Portanto nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não só trará à luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o seu louvor (1 Coríntios 4:5).